O desafio do século: home office com as crianças em casa
A internet está coalhada de dicas de como trabalhar de casa. Organizar a rotina, tirar o pijama, saber a hora de parar, pegar um subsídio com o patrão para melhorar a internet, se alimentar corretamente, não acessar a Netflix em horário comercial etc. Na teoria parece lindo e tem gente que fala até em fazer coisas que não conseguimos durante a vida normal.
Mas não é exatamente isso que eu vejo daqui.
Tirando a paranoia que faz as pessoas passarem o dia entre o zap, os portais de notícias e os programas jornalísticos atrás de números que não dizem nada e respostas que não vem, temos (ao menos alguns de nós) um pequeno empecilho. Algumas vezes, dois, três ou diversos empecilhos. Crianças com energia contida que precisam comer e tomar banho, precisam de atenção, amor e pito.
Gente, home office com criança em casa é tipo prova do líder todo dia. Não dá nem pra pentear o cabelo, quanto mais arrumar armário.
Se esse vírus veio para testar a força da praga humana e a capacidade de organizações de governos, veio também para testar o equilíbrio de pais e mães que se dividem entre o call pelo laptop e o "desce daí, menino".
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Não tem criatividade e muito menos Excel que sobreviva a quatro interrupções por hora. Fora as tarefas da escola a distância. Sempre ouvi dizer que as pessoas que faziam homeschooling com os filhos se dedicavam com afinco, e às vezes exclusividade, a isso. Com certeza elas não conjugam as aulas e tarefas com o home office dos infernos – leia-se compulsório e no meio de uma pandemia.
A gente mal está conseguindo criar essas crianças, quanto mais educar formalmente. Será que não dá pra ser tudo por teleaula? Não que a gente não goste de estudar com nossos filhos, mas (juro) o tudo-junto é que não está rolando.
Mesmo pra quem já trabalhava de casa, aquelas cinco horinhas sem algazarra eram tão fundamentais para fazer a coisa andar. Lembra? Dava até pra tomar banho.
"Mas, se você se organizar, super dá", dizem. Na verdade, talvez desse, se não fossem os áudios de supostos médicos que não param de chegar no zap tirando aquele fio de concentração que ainda nos sobrava. Nunca dá pra saber se é verdade. E se uma hora é um dizendo que estamos numa epidemia de pânico, "calma, gente", na outra é uma voz assoberbada dizendo que os números são muito maiores, "não pisem pra fora de casa" e afins.
E, claro, as crianças não estão nem aí. Com pandemia ou lição de inglês, elas querem é atenção, pipoca, amor e chamar a gente de chata.
Nunca pensei que eu diria "vai jogar videogame, vai, meu filho". Também nunca pensei que a gente pudesse de fato vir parar dentro de um desses filmes do Will Smith ou da Sandra Bullock.
E quem se ferra nessa história? As horas de sono, claro. Ah, sim, porque a saúde mental já dei como suspensa temporariamente mesmo.
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