Esqueça os estereótipos: Mia Khalifa está de véu e grinalda
Toda vez que alguém foge ao destino pensado para o seu estereótipo acontece um tipo de tilt social.
Foi exatamente o que passou quando no domingo a ex-atriz pornô Mia Khalifa postou um vídeo usando vestido de noiva. Ela não cravou que vai se casar, mas só os indícios já fizeram as pessoas de cabeça apequenada questionar. Como se atrizes pornôs não se casassem.
São as mesmas pessoas que pensam que prostitutas não são mães, gays são sempre promíscuos e feministas não gostam de gentileza. Gente que leva a ferro e fogo as caixinhas forradas de preconceito que eles mesmos criaram (pros outros).
Daí quando num revés dessas premissas tacanhas as pessoas "surpreendem" abre-se uma saudável discussão (ufa) sobre esses estereótipos que a sociedade cria para encaixar as pessoas.
Já sabemos que generalizações são burras, mas aqui não se trata apenas disso. Estamos falando também de preconceito. De inventar história para as pessoas antes de conhecê-las, de inventar padrões e tentar replicar pra todo mundo.
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Uma vez li uma entrevista de uma experiente atriz pornô que disse que jamais se casaria. O motivo? Ela odeia os homens. E também conheço muitos gays que estão se casando em cerimônias bem tradicionais. Se você se surpreende com essas duas informações precisa pensar sobre as caixinhas que anda criando. Não é porque uma mulher finge orgasmo pra câmera e vende seu sexo que ela gosta de homem. Não é porque algumas igrejas não abençoam que casais homessexuais não celebram o amor.
É claro que todos nós criamos caixinhas o tempo todo, isso faz parte da natureza humana, mas é nosso papel também quebrá-las de tempos em tempos. E é importante dizer, se a gente não quebra, elas quebram a gente. Quantas pessoas você conhece que se auto-entitulam parte da caixinha do casamento feliz, completo e monogâmico mas tem sempre um ou uma amante que fica pro lado de fora da caixa?
Nem mesmo quem cria ou quer arduamente se encaixar nos padrões esta contemplado por esses estereótipos rasos que definem as pessoas a priori. E quando a gente percebe que está todo mundo desencaixado entendemos que na verdade não são as pessoas que são estranhas, mas sim as caixas que são inadequadas.
Cada um de nós é um ser complexo e o que a gente faz ou o que a gente come, onde a gente trabalha ou com quem a gente dorme, quanto dinheiro a gente tem ou da onde vem nossa família, claro, falam coisas sobre a gente, mas não são eles sozinhos capazes de nos resumir a ponto de cabermos numa definição pré-estabelecida que não considera todos os outros elementos e, principalmente, a unicidade de cada um.
É pra gente perceber essas ciladas que criamos pra nós mesmos que a discussão em torno do possível casamento de Mia Khalifa serve.
Aprendamos.
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