Dividir vale-nights e a louça é suficiente para um casamento equilibrado?
Há quem diga que, pra um casamento ser equilibrado, os dois devem ganhar a mesma coisa ou dividir as tarefas tal e qual, religiosamente, ao meio. Os dois têm que ter o vale-night pra cervejinha com amigos e encher o pneu do carro quando forem abastecer.
Mas e se um não dirige? E se o outro não tem essa necessidade semanal de sentar no bar com os amigos? E se a mulher tem um emprego fixo e ganha bem mais?
Equilíbrio no casamento é uma coisa meio mágica e não pode ser visto como algo tão cartesiano. Até porque estamos falando de duas pessoas que compõem uma dupla, e a unicidade que trazemos é fundamental pra que a coisa dê certo. Respeitar o jeito, as vontades e os desejos do outro é muito importante para que cheguemos na tão almejada relação equilibrada.
Mas, pensando bem, talvez o certo fosse falar em harmonia do casal, já que equilíbrio traz essa ideia de mesmo peso, e até de espelho, que não funciona na vida marital.
A ideia de harmonia tem mais a ver com todos estarem se sentindo bem dentro de um acordo pré-estabelecido, traz a essência do equilíbrio, mas sem a necessidade da divisão exata, ao meio, com coisas iguais dos dois lados.
E, vejam, não estou aqui dando uma desculpa pra marmanjo dizer que lavar a louça e fazer o lanche das crianças é sempre função da mulher. Pessoalmente, acredito que as divisões domésticas devem, sim, ser partilhadas com equilíbrio. Acho fundamental todo mundo saber o trampo que dá limpar, lavar, cuidar, arrumar. Estou falando de algo mais subjetivo que se refere ao modo como existimos no mundo.
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Nem sempre as vontades de um são as vontades do outro. E, nessa hora, como atender a tudo mantendo a harmonia? O importante não é sair pra tomar uma cerveja com os amigos só porque o outro faz isso com frequência. É você localizar em si seus desejos e suas vontades para negociar o melhor encaixe.
Claro que é preciso cuidado com os planos comuns. Um casal precisa fazer coisas juntos e, no fim do percurso, querer chegar ao mesmo lugar. É disso que se trata qualquer parceria na vida. Mas, dentro dessas coisas comuns e que caminham para um lugar acordado por ambos, podemos, sim, ter nossas diferenças. Aceitar que nossas necessidades não são as mesmas que as do parceiro ou parceira pode ser libertador.
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