Nem madrasta, nem boadrasta

(iStock)
Eu me defino como madrasta. A despeito dos contos de fada, sempre chamei a mulher do pai (que não é a mãe) assim. Sem preconceito, sem o peso da carga literária ou histórica. Mas quando disse para os meus filhos e para a minha enteada que sou madrasta dela, eles gritaram juntos um "credo" e afirmaram com muita certeza que eu não me encaixava nos requisitos. Porque a madrasta deveria ser má – realmente o trocadilho semântico é genioso.
Eles mesmos corrigiram para "boadrasta". Achei fofo. Mas não curti a ponto de adotar.
Por mim, mesmo bombardeados por histórias reais e ficcionais em que a madrasta é uma víbora ou uma sem noção, poderíamos conviver com o fato de existirem madrastas boas e madrastas chatas. Mas a verdade é que muita gente não gosta da palavra.
Então, talvez, devamos arrumar uma melhor, porque boadrasta é um arremedo de palavra com erro etimológico – porque o ma, de madrasta, não vem de má, o contrário de boa.
Pensando de forma lógica, e num mundo cheio de madrastas de vários tipos, seria muito mais sensato chamar a mulher do pai de "padrasta". Já que este ser não está ali no lugar da mãe, mas sim acompanhando o pai numa nova jornada. Nesta lógica o marido da mãe seria o "madrasto". Nada mais justo do que levarem o preposto do cônjuge e não do ex-parceiro parceira. Sacam?
Eu ficaria bem mais confortável de ser a padrasta – e as crianças também, já que assim deixaríamos no passado e nas histórias de princesas as madrastas que eles tanto temem. Seria um bejinho no ombro pra história da Branca de Neve e os dois pés cravados nos novos tempos. O tempo das padrastas legais pra caramba. '-)
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