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Lia Bock

Por que os casais param de beijar na boca?

Lia Bock

23/01/2018 05h00

(iStock)

Tirando aqueles casais que nunca foram muito de beijar (tadinhos) a maioria dos outros vivem o mesmo roteiro em que o beijo vai passando da sedenta troca de fluídos para um estalar seco e rápido. Mas por que?

Beijo é tão bom. Beijo é amor, é sexo, é comunicação não verbal.

Beijo é (ou costuma ser) a primeira troca íntima entre um casal. Quando a gente conhece alguém que nos desperta interesse, depois de passada a fase da cerveja (café ou sorvete) fazemos o quê? Beijamos! Se o beijo é bom a gente derrete, se entrega, marca novamente ou se engole logo de primeira. Se o beijo não encaixa, a gente brocha e pensa se deve mesmo seguir com o investimento sexual / emocional.

Mas supondo que o beijo foi delicioso e o casal engata. Vira namoro. Beijo na praia, beijo na cama, no chuveiro, na rua. Beijo bêbado na festa, beijo molhado na piscina, beijo que faz o cara de trás buzinar no carro, beijo de causar inveja… Não falta saliva pra um casal recém formado.

Mas daí o tempo passa. Meses, anos. E o beijo vai rareando. Dá lugar a conversas profundas, a noites diante da Netflix e outras coisas divertidas que fazem de um casal, um casal. Na cama, muitas vezes, o sexo continua quente, mas o beijo menos. Alguém sabe explicar porque? Seria o tempo do beijo inversamente proporcional ao tempo de namoro? Sofreria o beijo de uma mesmice encantada que perde a graça?

Ah, fale por você, querida blogueira: "estou casada há 20 anos e sigo beijando ardentemente". Jura? Manda a receita aqui nos comentários, o resto do mundo pode se beneficiar muito da sua dica.

Foi triste ouvir um amigo dizer uma vez: "preciso me separar, quero beijar na boca", como se com a mulher com que estava junto há anos isso já não fosse possível.

Tem casal que segue beijando, mas já não troca saliva. Um amigo disse que ele a mulher passaram (sem explicação racional) da boca para a orelha. Uma amiga pensou um pouco e falou que (acha) que o marido beija mais seus lábios vaginais do que sua boca. Não que essas opções sejam ruins, mas pra onde vai o beijo na boca? Aquela lambeção gostosa que sintoniza e excita.

Será que depois que já nos conhecemos bem não precisamos acender o outro passeando em seus lábios? Será que precisamos, como indicam alguns especialistas em sexo, marcar quantidade mínima de beijo? Hora pra beijar?

Eu não tenho respostas, mas queria deixar aqui minha grande homenagem ao beijo, este bastião do tesão e da sintonia a dois.

Sobre a autora

Comentarista na CNN Brasil, a jornalista Lia Bock começou a blogar em 2008 no site da revista "TPM", onde foi também editora-chefe. Passou por publicações como "Isto É", "Veja SP" e "TRIP". É autora dos livros "Manual do Mimimi: do casinho ao casamento (ou vice-versa)” e do "Meu primeiro livro", ambos editados pela Companhia das Letras. É mãe de quatro filhos e pode ser encontrada no Instagram @liabock e no Twitter @euliabock

Sobre o blog

Um espaço para pensatas e divagações sobre notícias, sexo, filhos, coração partido, afetações apaixonadas e o que mais parecer importante ao universo feminino.

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