Precisamos de mais Rodrigos Hilbert para contaminar os homens que esqueceram de evoluir
Todo mundo já está familiarizado com a expressão "homão da porra"? Então me digam: quantos Rodrigos Hilbert existem a sua volta? Digo, esse homem que cuida dos filhos, trabalha, lava roupa, costura as infinitas calças rasgadas no joelho e lê todas as mensagens do grupo de whatsapp dos pais da escola?
Basicamente: quantos homens que fazem o que praticamente todas nós, mulheres, fazemos constam da sua lista de contatos? E nem precisa ser gato. Botando a mão na massa já serve. Contou? Enche uma mão?
E vocês, comentaristas maravilhosos deste blog, já estão alinhados com essa nova tendência que não apenas iguala as mulheres aos homens, mas iguala também os homens às mulheres? Sim, porque não é novidade que nós estamos no mercado de trabalho. Mas e vocês? Ocuparam o espaço que vagou em casa quando nós saímos pra ganhar o pão?
Agora que temos essa "nova" tendência masculina, aviso: estou atrás de homens que tenham desenvoltura na cozinha. Não precisa matar a ovelha, nem ser gourmet. Arroz, feijão e uma carninha que vem do açougue está ok. Quero saber quantos gajos desse mundão têm intimidade com o armário das crianças e com a tabela de horários da casa.
Ah, sim e tem uma parte importante: precisa, depois de ser elogiado por fazer tudo isso, ter a consciência de que o mundo jamais louvou a mulher porque ela sabe ligar a máquina de lavar roupa.
Espero imensamente que somando todos, renda um punhado. E por isso peço: Rodrigos do mundo, uni-vos!
E não para lamber os beiços se autoafirmando como uma espécie evoluída do exemplar masculino. Mas para simplesmente existir com firmeza e em harmonia com o ambiente. Como aquela plantinha que cresce solitária e resistente no meio do asfalto. Como aquela chuva em tempos de seca que faz sorrir o cerrado.
Vocês, Rodrigos, por favor, ocupem os espaços. Questionem as escolas quando, numa emergência, a mãe é sempre a primeira a ser contatada. Exijam o trocador de fraldas no banheiro masculino e uma licença paternidade decente. Avisem o chefe que hoje não vai dar pra ir trabalhar porque a criança está doente. Tomem as agências de publicidade (urgentemente), os bares e apps de paquera. Não para arrotar soberba, mas para constranger (ou contaminar) quem esqueceu de evoluir.
Porque a gente não precisa de entrevistas com o Rodrigo Hilbert. A gente precisa é de chefes, professores, terapeutas, vereadores e pastores como Rodrigo Hilbert.
E se ele não for nada disso e estiver apenas vendendo uma imagem para nos mobilizar? Bom, se é pra cair em algum storytelling, que seja nesse em que o mocinho borda, chora, cuida das crianças e lida bem com o fato de ganhar menos que a princesa.
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