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Lia Bock

Eu odeio glitter. Pronto, falei.

Lia Bock

12/02/2018 05h00

Euzinha brilhando muito no Bloco do Apego no ano passado. Sem glitter.

Eu tentei. Juro. No carnaval passado cheguei a comprar um potinho de glitter dourado pra enriquecer a fantasia da mulher maravilha. Era lindo. Usei. Também deixei as amigas me besuntarem quando julgaram que eu poderia estar brilhando mais. Elas sempre acham isso, incrível. Mas não fui feliz. Foi um esforço. Assumo: fujo de ducha de glitter como quem foge do gás lacrimogênio.

E não é que eu não goste de brilho. Eu amo! Gosto de roupa dourada e tenho um maiô prateado bafônico. Também gosto de decote e de carnaval. Meu problema é com o glitter mesmo. E só.

Quando aquele pozinho entra no olho é um desespero sem fim. Haja água corrente, colírio e reza brava. Só que quem tem isso no meio do bloco, meus santo? Daí na hora de se alimentar ele entra na boca e tudo que você come parece conter areia. Só que na verdade é plástico.

E quando você beija alguém que se besuntou? Acontece muito. Fico imaginando aquela poeira plástica circulando pelos meus órgãos e pelo meu sangue. Bem não faz. Certeza.

Esse ano muita gente tem se rebelado contra o glitter por motivos ecológicos e eu arrumei a desculpa perfeita para não aderir! Fiquei bem chocada com o que li sobre os efeitos da poeira plástica no meio ambiente. Gente, não vale a pena. Sério.

Era tudo que eu precisava para nunca mais me render a este tufão de brilhante. Os biodegradáveis ainda não cruzaram o meu caminho (amém). Prometo experimentar sem fazer cara feia. Se não forem a visão do horror como é o pó plástico, posso até aderir. Mas não tô morrendo de vontade.

Existem mil formas de brilhar. Roupas brilham, por exemplo. Pensa em franjas douradas e paetês dos mais variados tipos! Luz também brilha muito. Eu usei uma saia que pisca ano passado! Maquiagem brilha. Fora que existe o brilho indireto, aquele que não reluz, mas te acende de maneira inigualável. Uma fantasia inusitada faz isso. Alegria, amor e alguns drinques também. '-)

Sobre a autora

Comentarista na CNN Brasil, a jornalista Lia Bock começou a blogar em 2008 no site da revista "TPM", onde foi também editora-chefe. Passou por publicações como "Isto É", "Veja SP" e "TRIP". É autora dos livros "Manual do Mimimi: do casinho ao casamento (ou vice-versa)” e do "Meu primeiro livro", ambos editados pela Companhia das Letras. É mãe de quatro filhos e pode ser encontrada no Instagram @liabock e no Twitter @euliabock

Sobre o blog

Um espaço para pensatas e divagações sobre notícias, sexo, filhos, coração partido, afetações apaixonadas e o que mais parecer importante ao universo feminino.

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